Lirieke: Misia. Fado. Liberdades Poéticas.
Sergio Godinho
Perdoai-me se este fado e feito com / Liberdades poeticas / Nao e tanto pela rima ou pelo som / nem pelas frases
assimetricas / E apenas que o ciume violento / Que tanta vez o fado canta / Neste fado e so um lume / Bem mais
lento, bem mais brando / Aveludando a garganta / Eu nao quis por neste fado um novo som / Nem liberdades poeticas
/ Da-me a entrada, guitarrista, da-me o tom / Teu estilo e minha estetica / Nao porei na minha voz nem um lamento /
Se soubessem do meu fado / Meu amor deixou-me um dia / Pus a mao na lage fria / Dei-o assim por enterrado / Mas
nao ha fado que nao seja feito com / Liberdades poeticas / Sem buscar na diferenca o mesmo som / E o sentir numa
outra metrica / E por isso ainda que triste esta alegria / Acompanha o meu trinado / Bate as horas ao meio dia / fazme
boa companhia / Pr'a noite cantar o fado / Perdoai-me se este fado e feito com / liberdades poeticas / Nao e tanto
pela rima ou pelo som / Nem pelas frases assimetricas / Meu ouvido corre aberto pelas ruas / Que sera do meu amado
/ Nao me deixa esta amargura / E mais leve que a loucura / E so por isso canto o fado.
Misia
Gewilde versoeke