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Lirieke: Chico Buarque. Cara A Cara.

(Chico Buarque, 1969)
Tenho um peito de lata
E um no de gravata
No coracao
Tenho uma vida sensata
Sem emocao
Tenho uma pressa danada
Nao paro pra nada
Nao presto atencao
Nos versos desta cancao
Inutil
Tira a pedra do caminho
Serve mais um vinho
Bota vento no moinho
Bota pra correr
Bota forca nessa coisa
Que se a coisa para
A gente fica cara a cara
Cara a cara cara a cara
Bota lenha na fornalha
Poe fogo na palha
Bota fogo na batalha
Bota pra ferver
Bota forca nessa coisa
Que se a coisa para
A gente fica cara a cara
Cara a cara cara a cara
Tenho um metro quadrado
Um olho vidrado
E a televisao
Tenho um sorriso comprado

A prestacao
Tenho uma pressa danada
Nao paro pra nada
Nao presto atencao
Nas cordas desse violao
Inutil
Tira a pedra do caminho (etc.)
Tenho o passo marcado
O rumo tracado sem discussao
Tenho um encontro marcado
Com a solidao
Tenho uma pressa danada
Nao moro do lado
Nao me chamo Joao
Nao gosto nem digo que nao
E inutil
Tira a pedra do caminho (etc.)
Vou correndo, vou-me embora
Faco um bota-fora
Pega um lenco agita e chora
Cumpre o seu dever
Bota forca nessa coisa
Que se a coisa para
A gente fica cara a cara
Cara a cara, cara a cara
Com o que nao quer ver
Andre Velloso - Rio de Janeiro, Brazil
alvnet@usa.net

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